quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

CARTAS AO PAPAI NOEL


Nesse tempo de presentes, pela busca de realizações, de trocas de presentes em festas de amigos secretos, eu chamo a atenção de vocês para um fato marcante que acabo de vivenciar. Jamais passei por uma situação como essa, uma vez que tenho alguma experiência em empresas que trabalhei, com pessoas com que vivi em todas as formas, mas em pleno sertão nordestino nunca. Disse que chamo a atenção de vocês porque parece ser simplória essa coisa de escrever ao Papai Noel que não existe, que alguém inventou, talvez, de última hora, por causa de uma criança ou de uma situação que exigisse isso. Penso que esse alguém não tinha o que fazer ou fazia demais. Escrever ao Papai Noel quantos não fazem. Vejam exemplos de todos os anos em que os Correios ampliam a esperança de várias crianças. E isso existe, o bom velhinho existe em suas mais diversas formas e cores e locais.
A Calçados Senador Pompeu, vale a pena registrar aqui, proporcionou aos seus funcionários uma situação idêntica, onde todos poderiam escrever ao Papai Noel, em busca da esperança, de um presente, de uma situação que mudasse suas vidas. No início foi uma surpresa, um “não sei o quê” enfatizado nas feições de muitos. Talvez para tantos fosse uma forma da empresa fugir um pouco da responsabilidade de não estender a todos o presente de fim de ano, aquela festa que muitos esperam, aonde todos vão e muitos não saem satisfeitos, onde se formam grupos e o sentido de integração e confraternização não é atingido.
Então, muitos escreveram ao velhinho do Pólo Norte ou daqui mesmo do Sertão Central, do Cariri, dos Inhamuns.
Agora, importante ressaltar e encher os olhos d´água: muitos escreveram não para si, mas para outros, lembrando do seu próximo, daqueles que precisavam mesmo de um presente, de uma ajuda, como: cadeiras de rodas, andadores, televisão para a mãe, bicicleta para a filha, camas, móveis, óculos de grau, etc. Ou seja, dentro de cada carta existia um pedido ao Papai Noel, mas eles eram os Papais Noéis em duplicidade.
Na entrega dos presentes, quando das leituras de algumas cartas, o que se viu de lágrimas nos olhos de muitos, na comoção de saber que seu amigo ao lado recebeu aquele presente que tanto ansiava, por saber que uma menina precisava de uma bicicleta que sua mãe não podia comprar, que o olho estava a perder o colorido da vida e acabava de ganhar os óculos, da cadeira de rodas da filha com problemas de locomoção. Realmente não dava para segurar a comoção, as lágrimas e o engasgo na garganta foram sentidos.
Quero então, nesse clima de Natal, felicitar a iniciativa da empresa, de todos que fizeram parte desse evento, e divulgar para muitos que esse tipo de iniciativa vale a pena lagrimejar os olhos e sentir o verdadeiro sentido do tempo do Advento, dAquele que vem e que nos encha de esperança e vida nova.
Feliz Natal a todos.