Estive ausente, estive longe, estive nulo, mas não morto e nem podre e nem frívolo. Estive ofuscado, mas com brilho. Estive lógico, mas sem tempo, ou o tempo estava sem mim? Não sei, só sei que cá não estive, ou talvez sim, lendo e relendo o que escrevi. Vale a pena, sim, retomar, porque se poucos me lêem, poucos são muitos nesse universo de carne e ossos conturbados, soltos a léguas e próximos. É bem verdade que se precisa de paz, de espaço, de ciência, de tato, de gosto, de tantas coisas. Ora, se ao meu lado a televisão grita impropérios por conta de assaltos, de escândalos, de enchentes e de prantos, quem sou eu para pensar e dizer que “não estou nem aí?” Estou sim... Estamos!
Mas não vamos longe, seguimos de passos curtos, pé ante pé. Isso para não acordar os desavisados, caso haja por aí tantos. Por isso que nesse texto semi-lógico, vou tentar usar o máximo para poetizar o momento e remexer com o que está, agora, nesse período de festejos em Juazeiro do Norte. Primeiro um poema, para depois prosear sobre o nosso Patriarca. Dois textos independentes, mas como os poetas que lêem, os escritores que auscultam podem até associá-los: coisa de doido.
Espere um pouco...
Um olho, outro olho
Se um tem tanto brilho,
O outro ofusca, mas acompanha com esmero;
Se um é aquele que espero,
O outro não se tornou tão frívolo.
Um tem a diferença mais marcante,
Outro não acompanha tão bem;
Aquele tem o jeito de um amante,
Este não se compara a ninguém.
São dois, claro, num rosto oblíquo,
Mas não são iguais assim tanto;
Ambos têm diferenças lógicas,
Pois se nota logo num espanto.
Se um é libidinoso e passivo e pronto,
O outro tem brilho até demais;
Se um é semelhante a lascivo e santo,
O outro, pasmem, é o diabo por trás.
Mas ambos riem, choram, a tudo enxergam
No mesmo campo facial e amplo;
São dois diferentes olhos que se interam
Um e outro em vários ângulos.
Pois é, por vários ângulos se ver tudo ou quase tudo ou quase nada. Se o poema acima se fala de olhos, também pode falar de observações, de analogias, de simetria... Ah! Que versejem como quiser. Mas lhes pergunto: Que ângulos são vistos a figura do Padre Cícero? Com um olho, outro olho, dois, um, vários, milhões? Aposto que são vistos assim: menino, homem, padre, missionário, vidente, realista, intelectual, messiânico, idolatrado, empreendedor, naturalista, amigo, da família, bem feitor, político, embusteiro, santo. Quantos adjetivos, quantas maledicências, quantos pormenores, quantos mistérios. Quem se atreve, dentre esses detalhes, escolher um ou outros para bradar a quatro ventos a bandeira escolhida? Veja bem que muitos assim o fazem, mas por uma causa própria, desejada, afogueada por uma fé camuflada. Fé no dinheiro, no sucesso do negócio, no mau olhado, porque já se sabe: Se em certas terras o que se planta, nasce, aqui em Juazeiro o que se implanta, cresce. Por que?
Teria que responder àqueles adjetivos que se perfilam sobre o Padre Cícero e passaríamos horas. Alguma dúvida?
Há alguém que perdurou seu nome por mais de um século quanto à sua vida, à sua luta e à sua particular santidade? Não há uma igualdade quanto a isso, por mais que vasculhemos a história do Brasil e do Mundo, e por mais que queiramos assemelhar, encontramos poucos, assim, nessa vertente, nesses ângulos.
Mas não vamos longe, seguimos de passos curtos, pé ante pé. Isso para não acordar os desavisados, caso haja por aí tantos. Por isso que nesse texto semi-lógico, vou tentar usar o máximo para poetizar o momento e remexer com o que está, agora, nesse período de festejos em Juazeiro do Norte. Primeiro um poema, para depois prosear sobre o nosso Patriarca. Dois textos independentes, mas como os poetas que lêem, os escritores que auscultam podem até associá-los: coisa de doido.
Espere um pouco...
Um olho, outro olho
Se um tem tanto brilho,
O outro ofusca, mas acompanha com esmero;
Se um é aquele que espero,
O outro não se tornou tão frívolo.
Um tem a diferença mais marcante,
Outro não acompanha tão bem;
Aquele tem o jeito de um amante,
Este não se compara a ninguém.
São dois, claro, num rosto oblíquo,
Mas não são iguais assim tanto;
Ambos têm diferenças lógicas,
Pois se nota logo num espanto.
Se um é libidinoso e passivo e pronto,
O outro tem brilho até demais;
Se um é semelhante a lascivo e santo,
O outro, pasmem, é o diabo por trás.
Mas ambos riem, choram, a tudo enxergam
No mesmo campo facial e amplo;
São dois diferentes olhos que se interam
Um e outro em vários ângulos.
Pois é, por vários ângulos se ver tudo ou quase tudo ou quase nada. Se o poema acima se fala de olhos, também pode falar de observações, de analogias, de simetria... Ah! Que versejem como quiser. Mas lhes pergunto: Que ângulos são vistos a figura do Padre Cícero? Com um olho, outro olho, dois, um, vários, milhões? Aposto que são vistos assim: menino, homem, padre, missionário, vidente, realista, intelectual, messiânico, idolatrado, empreendedor, naturalista, amigo, da família, bem feitor, político, embusteiro, santo. Quantos adjetivos, quantas maledicências, quantos pormenores, quantos mistérios. Quem se atreve, dentre esses detalhes, escolher um ou outros para bradar a quatro ventos a bandeira escolhida? Veja bem que muitos assim o fazem, mas por uma causa própria, desejada, afogueada por uma fé camuflada. Fé no dinheiro, no sucesso do negócio, no mau olhado, porque já se sabe: Se em certas terras o que se planta, nasce, aqui em Juazeiro o que se implanta, cresce. Por que?
Teria que responder àqueles adjetivos que se perfilam sobre o Padre Cícero e passaríamos horas. Alguma dúvida?
Há alguém que perdurou seu nome por mais de um século quanto à sua vida, à sua luta e à sua particular santidade? Não há uma igualdade quanto a isso, por mais que vasculhemos a história do Brasil e do Mundo, e por mais que queiramos assemelhar, encontramos poucos, assim, nessa vertente, nesses ângulos.