Vou sair um pouco das observações de bordo, de dentro do ônibus para me reportar algo que me veio à mente. Conheço um guri, um pirralho, um pré-adolescente, como queiram, com seus lá 13 anos. É interessante observar o seu trajeto de vida em todos os seus detalhes para justificar o título desta crônica. Nasceu num berço comum, ladeado pelos familiares. O primeiro presente que recebeu foi uma bola, ofertado pelo pai, claro. Quem mais poderia ser da família, além de um pai coruja ou puramente peladeiro, futebolístico?
Outro contato com a bola ou as bolas foi nos peitos da mãe, mas logo deixou de lado, abusou, talvez pelo fato de saber que elas não seriam mais as mesmas.
Quando foi tempo de ir para a escola ficava desesperado para chegar a hora do recreio, talvez não para merendar, mas para jogar bola com os colegas. Na sala de aula, nas matérias de matemática e de geografia não via outra coisa na frente a não ser figuras geométricas e gostava imensamente de fazer o círculo, porque lembrava uma bola. Na geografia o globo mundial porque também lá vinha à mente a figura da bola. Voltava para casa com o gosto adocicado de bola na boca e na mente. Jogava os livros de lado, mal digeria a comida, porque sabia que a rua seria o campo dos seus sonhos: traves feitas de tijolos ou de chinelos, uma bola de plástico ou de pano e a loucura nas pernas e na vontade.
Dialogar é com ele mesmo, além de uma gagueira vinda da timidez (herdou do pai), mas de dez palavras que pronuncia, nove é sobre futebol e a outra de uma modalidade esportiva qualquer.
Só uma coisa pode tirá-lo desse fanatismo, seria a comida: mas no cardápio teria que ter: bola de carne, pizza (redonda), bola de cuscuz, bolo de chocolate. Outro fator importante é quanto ao jogo, as partidas de futebol. Torce para dois times, um da cidade e outro do sul do país, mas se tratando de futebol assiste a qualquer partida, até do time adversário. O certo é não perder um só lance, de olho na bola, claro. A certeza é que aquele quadrilátero que se chama campo de futebol lhe atrai infinitamente, desde as traves até aos gandulas que vão em busca das bolas. Queria ser nem que fosse um deles, ou o mais fantástico, as traves, se bem que sentiria o impacto da bola nas raridades. Se houvesse alguma pergunta que alguém, inadvertidamente, fizesse sobre o seu futuro, qual seria a resposta?
Tem só 13 anos, mas todo homem sabe que essa é a idade em que inicia o processo da construção do desejo sexual. Como o brasileiro é louco por futebol, também o é pelo rebolado da mulata, no requebro das ancas, onde ele ver não só a bunda, mas duas bolas.
Ah! Ele tem um irmão, mas é totalmente a antítese, não tem muita intimidade com a bola. Prefere um bom prato e de preferência cheio. Tem gosto por tudo que for comida. Mas gosta de coisa redonda, não como a bola, mas como uma panela, por exemplo. Tem somente uma característica similar, é gordo como uma bola, e o irmão não pode vê-lo por perto, porque vai logo tratando de lhe dar um chute, para não perder a esportiva.
Outro contato com a bola ou as bolas foi nos peitos da mãe, mas logo deixou de lado, abusou, talvez pelo fato de saber que elas não seriam mais as mesmas.
Quando foi tempo de ir para a escola ficava desesperado para chegar a hora do recreio, talvez não para merendar, mas para jogar bola com os colegas. Na sala de aula, nas matérias de matemática e de geografia não via outra coisa na frente a não ser figuras geométricas e gostava imensamente de fazer o círculo, porque lembrava uma bola. Na geografia o globo mundial porque também lá vinha à mente a figura da bola. Voltava para casa com o gosto adocicado de bola na boca e na mente. Jogava os livros de lado, mal digeria a comida, porque sabia que a rua seria o campo dos seus sonhos: traves feitas de tijolos ou de chinelos, uma bola de plástico ou de pano e a loucura nas pernas e na vontade.
Dialogar é com ele mesmo, além de uma gagueira vinda da timidez (herdou do pai), mas de dez palavras que pronuncia, nove é sobre futebol e a outra de uma modalidade esportiva qualquer.
Só uma coisa pode tirá-lo desse fanatismo, seria a comida: mas no cardápio teria que ter: bola de carne, pizza (redonda), bola de cuscuz, bolo de chocolate. Outro fator importante é quanto ao jogo, as partidas de futebol. Torce para dois times, um da cidade e outro do sul do país, mas se tratando de futebol assiste a qualquer partida, até do time adversário. O certo é não perder um só lance, de olho na bola, claro. A certeza é que aquele quadrilátero que se chama campo de futebol lhe atrai infinitamente, desde as traves até aos gandulas que vão em busca das bolas. Queria ser nem que fosse um deles, ou o mais fantástico, as traves, se bem que sentiria o impacto da bola nas raridades. Se houvesse alguma pergunta que alguém, inadvertidamente, fizesse sobre o seu futuro, qual seria a resposta?
Tem só 13 anos, mas todo homem sabe que essa é a idade em que inicia o processo da construção do desejo sexual. Como o brasileiro é louco por futebol, também o é pelo rebolado da mulata, no requebro das ancas, onde ele ver não só a bunda, mas duas bolas.
Ah! Ele tem um irmão, mas é totalmente a antítese, não tem muita intimidade com a bola. Prefere um bom prato e de preferência cheio. Tem gosto por tudo que for comida. Mas gosta de coisa redonda, não como a bola, mas como uma panela, por exemplo. Tem somente uma característica similar, é gordo como uma bola, e o irmão não pode vê-lo por perto, porque vai logo tratando de lhe dar um chute, para não perder a esportiva.